quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Redescobrindo os bons sons - Anos 90 - parte 9

Baralho!!! Quanto tempo!!! Quantas novas ... fui saído do meu antigo emprego, arrumei outro, mudei para o meu ap, casei com a mulher da minha vida, passei em um "pseudo-concurso público" e fiquei uma porrada de tempo sem postar por aqui, e senti uma puta falta disso.

Bom, vamos parar com enrolação, e vamos direto ao ponto.
Hoje, vamos falar de uma das bandas prediletas da casa, aqui, o indie encontra a nerdice, os nerds viraram cool, largaram a convenção de Star Wars e montaram uma das melhores bandas formadas na década: o Weezer.



Banda capitaneada pelo eruditasso Rivers Cuomo que no começo da banda estava cursando a hypadíssima faculdade estadunidense de Harvard. Quando lançaram o primeiro disco, o clássico "Blue Album", o nerd de carteirinha Cuomo, deu um tempo na faculdade para, junto com seus asseclas, o guitarrista/vocalista Brain Bell, o batera e nerd master Pat Wilson e o baixista esquisitão Matt Sharp mudar a cara do dito "rock alternativo".

Antes do Weezer, víamos as bandas com visual largado, desleixo musical e uma atitude totalmente "foda-se", após a aparição dos caras, o cenário mudou, víamos um visual limpo, cabelinhos cortados, óculos e cara de bons moços, mas na sonoridade, um esmero na produção, guitarras altas e distorcidas, mas gravadas de maneira orgânica e limpa, batera econômica, baixo pesadão e letras, principalmente as letras que retratavam o conteúdo da massa estadunidense, que não eram os populares da High School, eram a ralé, o povo que vivia às margens da galera hypada. Enfim os "losers" tinham vez e o Weezer era seu porta-voz supremo.

Os caras estouraram e fizeram o mais improvável para uma banda que estava bombando, pararam as atividades temporariamente para que o nerd master Rivers Cuomo pudesse se formar. E é desse hiato que surge o mais clássico disco de sua discografia, o fantástico "Pinkerton", para muitos, o patinho feio da sua discografia.



O disco começa com algo improvável para o Weezer de então: teclados (um Moog bem maroto da o ar da graça em toda a duração da primeira faixa, "Tired of Sex").
Depois dessa estranheza inicial (o que casou com o som dos caras maravilhosamente bem), vimos o Weezer na sua melhor forma: enxurradas de riffs de guitarras (muitas vezes baseados em bandas de metal farofa dos anos 80), cozinha pesada, concisa e econômica e a voz de quem canta para 3000 pessoas do mesmo jeito que canta tomando banho em casa.

Na sequência, vários clássicos com a cara da banda, "The Good Life" (que bem poderia ter saído no primeiro disco), "Across The Sea" com vocal em coro e "Pink Triangle" onde vemos até alguns violões. Cuomo canta sempre do ponto de vista do loser, o cara que quer a garota popular mas ela nem sabe que ele existe ... Coisa de nerd mesmo.
A produção é caprichada, bem mais coeso do que o primeiro disco, não sobra nada e não falta nada (como as vezes acho que alguns Moogs cairiam bem no primeiro disco), tudo está no lugar certo, até os falsetes metálicos de Rivers.

Em Pinkerton, o Weezer soa maduro, é a confirmação de uma baita banda, a maldição do segundo disco passou longe desses caras. Agora os nerds saíram do High School e enfim conseguiram se formar na faculdade. Definir o disco em uma palavra: Amadurecimento (e no ótimo sentido).

Bom, histórias a parte, vamos deixar de enrolação. Divirtam-se com a volta dos nerds. Tá no mesmo lugar de sempre.

Até.