Oi povo bonito!!!
O mês tá sendo corrido, por isso a demora na postagem das resenhas do mês passado. Mas aqui estão elas. Caso queiram acompanhar as resenhas via instagram, só seguir o perfil:
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Vamos ao que interessa, bons sons.
Kula Shaker - "K"
Eis aqui o disco mais espiritual do brit pop da década de 90, "K" do Kula Shaker. Um disco de rock (mesmo que muito mais espiritualizado do que qualquer um) absurdamente calcado nos anos 70. Guitarras, muitas guitarras. Crispian Mills as pilota com maestria. Com toda a certeza era um dos maiores músicos da cena inglesa na época. Cozinha pesada e competentíssima e os teclados mais bacanudos da ilha, tocados pelo fodástico Jay Darlington (que depois veio a tocar com o Oasis).
Fizeram um disco ímpar na história do rock ao misturar a sonoridade dos anos 70 com a ideologia hindu. E que mistura pra lá de inusitada. Conseguem imprimir sua crença sem que isso seja chato. Há uma cacetada de elementos da cultura hindu em seu sim. Tablas, cítaras e vocalizações baseadas em escalas orientais.
O disco todo é ponto alto. Do petardo rocker em "Hey Dude" com riffs pesados, a acústica/psicodélica "Temple of Everlasting Light", os ingleses mostram um caldeirão de ótimas referências para fazer um disco coeso e muito bem composto. Ponto mais que positivo para os mantras musicados "Govinda" e "Tattva" que elevam a audição do disco a outro nível (de consciência e concepção musical, a ideia é pra la de genial) e a homenagem a um dos pais da psicodelia, Jerry Garcia (ex-Grateful Dead) na faixa "Grateful When You're Dead/Jerry Was Dead" é um golaço.
Com toda a certeza, "K" é um dos melhores discos da década de 90, pena que passou desapercebido pelo grande público, o que é uma das maiores injustiças do rock. Ouça ontem. Namastê!!! #discodasemana #disco #rock #rockmusic #psicodelia #1996 #hindusongs #indian #hindu #kulashaker #k #ducaráleo #monstruoso #prediletosdacasa #amomuitotudoisso
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The Black Keys - "Turn Blue"
Como continuar sendo relevante e inventivo após lançar o disco mais elogiado da carreira? Qual o próximo passo? O que fazer?
Imagino que estas perguntas permearam a cabeça de Dan Auerbach, a mente criativa dos Black Keys durante o processo de composição de "Turn Blue", seu mais recente disco. Embora calcado nos timbres blueseiros de sempre, eles fizeram um disco mais introspectivo.
Diametralmente oposto ao anterior "El Camino". Enquanto o anterior era pra cima, alegre, solar, este "Turn Blue" é soturno, solitário, por vezes triste até, mas isso não faz dele um disco menor, pelo contrário, mostra que os caras passeiam por todos os lados e conseguem fazer ótimas canções devido a isso.
Timbres e sonoridades vintage são a tônica desse disco. Mesmo na introspectiva faixa título, a timbragem antiga é uma clara referência. Conseguem ser plurais: há rockões típicos como em "Bullet in The Brain", baladas classudas como "Waiting on Words" e "In Our Prime", e canções mais pop para chacoalhar o esqueleto, como "Fever".
Apesar de mais introspectivo, ainda é um disco de rock. O ponto alto é "The Weight of Love" e sua introdução cheia de slide guitars e timbres insanos. Podiam repetir a fórmula do disco anterior e manter-se em evidência, mas fizeram melhor, conseguiram destaque por fazer um disco inesperado. E pra isso tem que ser sacudo de verdade, e os Black Keys foram. Mérito pra eles. Discão!!! Um dos sérios candidatos a melhores de 2014. Fácil. #discodasemana #disco #blackkeys #turnblue #rocknroll #rock #rockmusic #vintage #Ducaráleo #bomdemais #melhoresde2014 #bluesy #prediletosdacasa
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O que fazer quando você já experimentou de tudo na música e ainda busca pelo novo, pelo inusitado? Essa pergunta deve permear a cabeça de Thom Yorke e da rapaziada do Radiohead o tempo todo, e deve ter sido a base para a composição de seu sexto álbum de estúdio, o genial "In Rainbows".
Musicalmente falando, é uma síntese de todas as fases da carreira dos caras. Do experimentalismo eletrônico (da fase "Kid A" e "Amnesiac") em "15 Steps", passando pelo esporro e guitarrístico (da fase "Pablo Honey") em "Bodysnatchers" e pelas fases deprês existencialista (de "The Bends" e "Ok Computer") em "Nude" e "All I Need", tudo aqui é feito com a magistral competência Radioheadiana.
Está tudo no seu devido lugar, as guitarras do Johnny, as vozes do Thom e do Ed, o baixo pesado e cavernoso do Coz e a batera econômica do Phil.
Se tudo corre pelo certo, qual a diferença e genialidade desse álbum pros outros? A forma de distribuição. Isso mesmo. Eles colocaram à época o álbum para ser vendido em seu site e cada um pagava o que achava justo. Claro que havia um valor mínimo, mas a ideia em si já foi revolucionária e o álbum vendeu muito mais que o esperado.
E independente de quanto se pagasse, esse álbum vale cada centavo. Parece uma coletânea de tanta música boa. É um disco desigual, alterna momentos mais introspectivos com momentos mais alegres, mas tudo na medida certa, nem deprê demais, nem feliz demais. Uma meia estação. Aquele clima típico inglês. Não conseguiria indicar uma ou duas músicas, ouça tudo, de preferência com bons fones de ouvido. A experiência é absurda.
Não a toa o Radiohead é abanda mais genial de sua geração, se reciclam, se reinventam a cada novo disco. Longa vida a Thom Yorke e cia. Disco mais do que recomendado, essencial. #discodasemana #disco #radiohead #inrainbows #genial #foda #Ducaráleo #duk7 #rock #indie #essencial #prediletosdacasa
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Cara, que disco é esse?! SENSACIONAL!!! O Gram, após 7 anos de hiato, volta com os dois pés no peito, cobrando o seu posto de melhor banda do rocknroll brasileiro (com méritos e direitos) e lançando o principal candidato a disco do ano (entre os nacionais, fato consumado).
Após o fim abrupto e inesperado em 2007 com a saída do vocalista e principal compositor, Sérgio Filho, como continuar? Levou um bom tempo para que os remanescentes (Fernando Falvo: bateria, Marcello Pagotto: baixo e o gênio Marco Loschiavo: guitarras) conseguissem equalizar o término e se reconstruírem como banda e unidade.
Infindáveis pedidos públicos de volta, e várias conversas com o ex-vocalista aconteceram sem que se houvesse um consenso sobre o retorno. Ao final, optou-se pela continuidade, mas com um novo vocalista, Ferraz foi incorporado e deu o gás que eles provavelmente precisavam pra voltar a ativa, da mesma maneira inesperada com que foram.
O disco, praticamente um EP com 7 canções, e menos de 40 minutos, nos deixa sedentos por mais novidades. Abre guitarreiro com "Sem Saída", a escolhida pra ser o single de estreia. O disco é plural, muito diversificado. Da balada cheia de slides e violões e letra genial em "Toda a dor do mundo" ("... e tão bela é a luz que ilumina sem perguntar por que, por ser tão breve de si...") a levadas hendrixianas em "Meu tom", mostram que não perderam a mão e que evoluíram nesse tempo longe.
Ecos de rock inglês dos anos 90, cozinha magnificamente bem formulada, guitarras cheias de personalidade e criatividade, e violões que são um recurso muito utilizado nesse novo trabalho dos caras, são a base para a voz de Ferraz que se impõe a frente da banda e mostra que é uma grata e positiva surpresa, principalmente em "Sei" onde o vocal realmente toma a frente. O mais bacana, foi contarem com o aval e apoio do antigo vocalista, que deu a sua benção pra que essa volta acontecesse, e se declarou fã dessa nova formação.
Tô ansioso pra ver essa pérola ao vivo. Se não for o disco do ano, na minha lista vai figurar entre o top 3. Mais do que recomendado, essencial. O Gram mais uma vez nos dá uma aula de rocknroll cosmopolita e contemporâneo. De longe, a melhor banda do rock brasileiro está de volta. Louvados sejam os deuses do rock que ouviram as minhas preces e de tantos outros. Vida longa e próspera, Gram. #disco #discodasemana #Gram #outroseu #melhoresde2014 #foda #Ducaráleo #atéqueenfimvoltaram #essencial #discotecabásica #prediletosdacasa
Mês que vem, tem mais.
Até.