terça-feira, 3 de julho de 2012

Redescobrindo os bons sons - Anos 90 - parte 10 - o fim da saga

Buenas pueblo, Seis meses após a última postagem e gozando minhas merecidas férias volto minhas atenções novamente ao meu querido blog. Bom, chega de enrolação e vamos ao que interessa. Hoje o cardápio do dia é um dos discos mais fantásticos e fodásticos de todos os tempos, o indefectível, bem tocado e pesado "Siamese Dream" do The Smashing Pumpkins.
Oriunda de Chicago e à época com sua formação original (a qual eu vi no Brasil em 1996 e ainda acho que foi um dos meus shows top 3 all time), o line-up dos caras contava com o genial/esquizofrênico/egocêntrico Billy Corgan (voz anasalada e guitarras), James Iha (guitarras e backing vocal), a loiríssima Darcy Wretzky (baixo, backing e calças de couro) e o insano/multi-braços Jimmy Chamberlain (batera). Depois de um relativo sucesso para seu álbum de estreia, o pesado e soturno "Gish", Corgan e comparsas se entocaram no estúdio com o incrível e fodão (ainda não era visto assim à época) produtor Butch Vig que dois anos antes produzira um tal de "Nevermind" de uma tal banda chamada "Nirvana" para dar sequência aos trabalhos Pumpkianos.
O período de gravação foi muito difícil para a banda, pois o baterista Jimmy Chamberlin estava viciado em drogas e álcool. Isso afetava tanto a produção, que a banda optou por gravar o álbum longe de Chicago, pois assim Chamberlin teria maior dificuldade para alimentar seu vício. Billy Corgan estava sofrendo de uma profunda depressão na época, além do bloqueio criativo. Por isso, resolveu fazer sessões de terapia não só para ele, como também para os demais integrantes já que James Iha e D'arcy acabavam de romper um relacionamento e se desentendiam constantemente. As consultas à terapeuta foram registradas em vídeo, e lançadas como material extra em Vieuphoria cerca de dois anos depois. Essas consultas tiveram conseqüência na inspiração de Billy Corgan para compor a maioria das letras de Siamese Dream, que falam sobre seu passado conturbado e suas diversas inseguranças. Dado o perfeccionismo de Billy Corgan, as sessões de gravação para Siamese Dream duravam cerca de 16 horas por dia, o que levou a banda a uma enorme exaustão e fez com que os quatro depositassem toda sua esperança no álbum. Caso este fracassasse, o futuro da banda estaria ameaçado. Estas esperanças se concretizaram e Siamese Dream foi um álbum de muito sucesso dentro do rock alternativo, alcançando reconhecimento em âmbito internacional - inclusive alcançando boas posições dentro do mainstream - e projetando o Smashing Pumpkins como uma das bandas que chegaram para ficar. O resultado? A banda conseguiu a primeira nomeação para os Grammy Awards, na categoria "Best Alternative Music Album" e para "Best Hard Rock Performance with Vocal" no ano seguinte. O álbum é de um bom gosto singular. Alterna momentos de puro esporro metaleiro (Geek USA e Silverfuck) com singelezas orquestradas (Disarm) e pérolas pop (Today) para ninguém botar defeito. Começa pesado e cheio de riffs quebrados com "Cherub Rock", e passeia por todas as variações de peso, melodia e arranjo por todo o álbum sem soar enjoativo e pedante. Se tivesse que escolher uma música para não iniciados, ficaria indeciso, mandaria ouvir o álbum todo, mas se perguntarem qual a minha predileta, responderia sem titubear: "Mayonaise". Essa formação chegaria a gravar mais um álbum, o tão foda quanto "Mellon Collie & the Infinite Sadness de 1995 e durante essa turnê de divulgação a banda sofrera um enorme baque pela morte por overdose do tecladista Johnatan Melvoin em uma festinha com o batera Jimmy Chamberlain que após este episódio fora expulso da banda. A banda tá na ativa até hoje. Estão para lançar seu 7º disco de estúdio chamado "Oceania", com uma nova formação (adendo: a atual baixista dos Pumpkins é uma das garotinhas que aparecem na capa de Siamese Dream). Mas não esperem nada tão inspirado quanto este discaço de 1993 que colocou uma pá de cal na minha vida de metaleiro (ouvi o disco, ainda em vinil até furar), fazendo com que eu abraçasse o chamado rock alternativo de vez. Os Pumpkins não são mais os mesmos, mas o talento de Billy Corgan permanece. Esse disco é atemporal!!! Tá lendo ainda? Ainda não baixou? Não tá ouvindo no talo? Se liga ... larga a leitura e ouve esse clássico. Fica a dica.

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